Requerimento de Kataguiri
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) apresentou um requerimento na Câmara dos Deputados solicitando a convocação do ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, para esclarecer a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Favela do Moinho, em São Paulo. A agenda, realizada em 2025, foi articulada por uma associação comunitária supostamente ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Associação com o Crime Organizado
Segundo investigações do portal Metrópoles, a Associação da Comunidade do Moinho, responsável por organizar a visita presidencial, teria conexões com o PCC. A entidade é presidida por Alessandra Moja Cunha, irmã de Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Léo do Moinho”, preso em 2023 por suspeita de chefiar o tráfico de drogas na região.
Visita Presidencial
Durante sua passagem pela favela, Lula anunciou a realocação de 900 famílias para um novo projeto habitacional, com investimentos de R$ 180 mil do governo federal e R$ 70 mil do governo estadual por família. O terreno, pertencente à União, será transformado em um parque público, segundo o plano anunciado.
Reuniões Prévias
A agenda de Lula foi precedida por pelo menos cinco reuniões entre representantes do governo federal e a associação, entre novembro de 2024 e junho de 2025. O próprio ministro Macêdo esteve no local dois dias antes da visita para acertar os detalhes do evento, o que levantou questionamentos sobre os critérios de escolha dos interlocutores.
Acusações de Kataguiri
Kataguiri argumenta que a articulação com uma entidade sob suspeita de ligação com o crime organizado compromete a imagem do governo e levanta dúvidas sobre seu compromisso no combate ao crime. Para o deputado, a visita não foi um erro isolado, mas uma falha grave de planejamento institucional.
Resposta do Governo
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) defendeu a visita, afirmando que ela teve caráter institucional e visava promover políticas públicas de inclusão e moradia. A Secom destacou que a interlocução foi feita por Flavia Maria da Silva, uma liderança comunitária reconhecida, e que a segurança da comitiva foi garantida por órgãos competentes.
Investigações em Andamento
Relatórios da Receita Federal e do Ministério Público apontam que a sede da associação foi usada como depósito de drogas em 2023, reforçando as suspeitas de envolvimento com o PCC. A filha de Alessandra, Yasmin Moja, também participou das negociações com o governo, o que intensifica as críticas à condução do evento.
Próximos Passos
O requerimento de Kataguiri será analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Se aprovado, Macêdo deverá prestar esclarecimentos formais, detalhando os critérios para a escolha da associação e os contatos institucionais realizados antes da visita presidencial.