Curso na Unicamp levanta debate
A Fundação Perseu Abramo, vinculada ao Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou a realização de um curso voltado para militantes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A iniciativa gerou críticas de juristas, que apontam uma possível violação de princípios constitucionais, como a impessoalidade na administração pública, por usar uma instituição pública para fins partidários.
Detalhes do curso
O curso, organizado pela fundação, tem como objetivo capacitar militantes do PT em temas como organização política e estratégias de mobilização. A escolha da Unicamp como local do evento despertou questionamentos, já que a universidade é financiada com recursos públicos e deve manter neutralidade em relação a partidos políticos. Críticos argumentam que a iniciativa pode configurar um uso indevido do espaço acadêmico.
Reação de juristas
Especialistas em direito público classificaram a ação como uma potencial “imoralidade administrativa”. Eles destacam que a Constituição Brasileira proíbe o uso de bens públicos para atividades que favoreçam interesses partidários. A presença de um curso ligado a um partido específico em uma universidade pública, segundo esses juristas, compromete a imparcialidade exigida de instituições estatais.
Contexto político
A iniciativa ocorre em um momento de polarização política no Brasil, com o PT buscando fortalecer sua base para as eleições de 2026. A Fundação Perseu Abramo tem histórico de promover atividades de formação política, mas a realização de um evento em uma universidade pública é vista como uma estratégia ousada, que pode intensificar críticas de adversários políticos.
Resposta da Unicamp
A Unicamp ainda não emitiu um posicionamento oficial sobre o caso, mas a pressão para que a universidade esclareça a autorização do curso tem crescido. Grupos de oposição ao PT planejam questionar formalmente a reitoria, exigindo transparência sobre os critérios para a cessão do espaço e eventuais custos envolvidos.
Implicações para o debate público
O caso reacende discussões sobre o uso de instituições públicas para fins políticos. Enquanto defensores do curso argumentam que ele promove a educação política, críticos alertam para o risco de partidarização do ambiente acadêmico, o que poderia comprometer a credibilidade da Unicamp como espaço de pluralismo e neutralidade.