O anúncio de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu um alerta no setor empresarial. Líderes de diversos segmentos da economia estão pressionando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a buscar uma solução diplomática para evitar perdas que podem chegar a US$ 23 bilhões até 2026.
Os setores mais afetados incluem a indústria aeroespacial, com destaque para a Embraer, o agronegócio e a produção de aço. A medida anunciada por Trump pode impactar significativamente a balança comercial brasileira, que tem nos EUA um de seus principais parceiros.
Representantes do setor privado já se reuniram com ministros e assessores do governo para apresentar suas preocupações e sugerir estratégias de negociação. Eles argumentam que a medida norte-americana pode levar a uma guerra comercial, com reflexos negativos para ambos os países.
Especialistas em comércio exterior destacam que, além do impacto imediato nas exportações, as tarifas podem afetar investimentos e parcerias estratégicas entre empresas brasileiras e norte-americanas. Setores que dependem de cadeias globais de produção, como o automotivo e o de tecnologia, também podem ser prejudicados.
Enquanto isso, o governo brasileiro busca apoio de outros países e organismos internacionais para pressionar os EUA a rever a medida. A possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) também está sendo avaliada, embora esse processo possa ser demorado.
Empresários alertam que, sem uma solução rápida, o Brasil pode perder espaço no mercado norte-americano para concorrentes como Argentina e Canadá, que não foram alvo das mesmas tarifas. O setor agrícola, em particular, teme perder contratos de longo prazo com importadores dos EUA.
A situação coloca o governo Lula em um dilema, já que precisa equilibrar suas posições em fóruns internacionais com os interesses comerciais do país. Enquanto a solução não vem, as empresas brasileiras se preparam para os possíveis impactos nas suas operações e resultados financeiros.