Carlos Andrade
O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, afirmou que a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras é uma resposta direta às ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fóruns internacionais. Em entrevista ao programa Arena Oeste, Ramuth declarou que ‘Trump errou na forma’, mas entende a motivação por trás da medida.
Segundo Ramuth, a taxação impacta diretamente o estado de São Paulo, responsável por um terço das exportações brasileiras aos EUA. Setores como o agronegócio e a indústria aeroespacial do Vale do Paraíba estão entre os mais afetados. ‘Os EUA são o maior parceiro de exportações do estado de São Paulo’, destacou.
O vice-governador relacionou a medida às recentes declarações de Lula em eventos como a reunião do BRICS, onde o presidente brasileiro criticou a política externa norte-americana. ‘Foi uma reação do presidente Trump às ações do governo Lula’, afirmou Ramuth, acrescentando que o erro foi unir a retaliação comercial a críticas ao Supremo Tribunal Federal e à condenação de Jair Bolsonaro.
Ramuth ressaltou que o governador Tarcísio de Freitas já acionou canais com a Embaixada dos EUA, mas que a condução do caso cabe ao governo federal. Ele sugeriu que, se as tarifas forem mantidas até agosto, o estado poderá adotar medidas para mitigar os impactos sobre as indústrias locais.
O vice-governador também criticou a retórica do presidente Lula, que chamou Trump de ‘xerife do mundo’. Para Ramuth, essa postura agrava a tensão diplomática e reflete uma administração desastrosa que busca justificativas em ‘inimigos externos’.
O episódio, segundo Ramuth, reforça a necessidade de reposicionar o Brasil na cena internacional e reafirmar compromissos com economias livres. ‘O problema não é o mercado, é o supermercado’, disse, em referência aos efeitos internos da condução econômica do governo federal.
